quarta-feira, 23 de maio de 2012

'Attachment Parenting' ou 'Criação com Apego'



Hoje, dia 23 de Março estamos praticando a Postagem Coletiva sobre Attachment Parenting, traduzido para o português como Criação com Apego. A princípio tem soado estranho (para muitas pessoas) o uso da palavra Apego, mas foque nessa palavra como 'Afeto, Carinho, Amor, Dedicação'. Na sociedade em que vivemos, muito se fala sobre 'Desapegar', então fez-se uma imagem erônea da tal palavra.

O Attachment Parenting, é uma expressão criada pelo Pediatra americano William Sears, uma filosofia baseada nos princípios da teoria do apego em psicologia do desenvolvimento. De acordo com a teoria do apego, uma forte ligação emocional com os pais durante a infância, também conhecida como apego seguro, é um precursor de relacionamentos seguros e empáticos na idade adulta.

Criar com apego é fazer tudo aquilo que vem de coração, do nosso instinto. É não ceder quando bate aquela vontade instintiva de pegar o bebê que está chorando e atender as suas necessidades. É criar vínculo. É amamentar com amor. É se dedicar para que essa criança se sinta amada e segura a todo o momento. É não bater. É promover o diálogo e a educação baseada em afeto. Não tem nada de permissividade nisso. Muito pelo contrário: busca-se ensinar e mostrar os próprios limites e seus limites no mundo. Mas os ensinamentos e orientações são passados com base em conceitos de amor, compreensão e respeito. Não na base da força e do autoritarismo do mais forte para com o mais fraco.

É vital para a sobrevivência que a criança seja capaz de comunicar suas necessidades aos adultos e que estas sejam tratadas sem demora. O Dr. Sears adverte que enquanto a criança é pequena, é mentalmente incapaz de qualquer manipulação. Durante o primeiro ano de vida, as necessidades e desejos de uma criança são uma mesma coisa. A Criação com Apego observa o desenvolvimento, assim como a biologia da criança, para determinar as respostas psicológica e biologicamente apropriadas para cada fase dela. Tudo isso não significa resolver uma necessidade que a criança possa resolver por ela mesma. Significa entender quais são as necessidades, quando ocorrem, como elas mudam ao longo do tempo e das circunstâncias, e ser flexível para encontrar formas de responder apropriadamente.

Existem alguns princípios, como os criados pelo pediatra citado acima, que são chamados de Princípios para uma Educação Intuitiva:

1.    Preparar-se verdadeiramente para a gravidez, parto e maternidade/paternidade.
2.    Alimentar seu filho com amor e respeito.
3.    Responder às solicitações da criança com sensibilidade.
4.    Estar atento à qualidade do toque.
5.    Prezar pela qualidade física e emocional do sono da criança de forma que ela se sinta segura dormindo.
6.    Sustentar atitudes carinhosas.
7.    Praticar a disciplina positiva, baseada no reforço das boas atitudes.
8.    Buscar o equilíbrio na vida familiar.

Estudos que comprovam que a maneira que um bebê foi maternado, influencia na sua vida adulta. Um trecho do texto postado no blog 'Cientista que virou mãe' explica:
"Foram publicados, no periódico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America) os resultados de um estudo que mostra que o bom cuidado materno na infância leva ao aumento de uma estrutura cerebral chamada hipocampo. De acordo com esse estudo, há uma clara relação entre os fatores psicossociais da infância e alterações no tamanho do hipocampo e da amígdala, estruturas cerebrais relacionadas à memória de curto e longo prazo e ao comportamento emocional, respectivamente. Isso mostra que existe, realmente, uma ligação entre as experiências afetivas que a criança vive na infância e a forma como seu cérebro se desenvolve. Os pesquisadores estudaram, por meio de técnicas de neuroimagem que permitem visualizar o cérebro sem procedimentos invasivos, as características cerebrais tanto de crianças em idade pré-escolar deprimidas quanto de crianças emocionalmente saudáveis. E concluíram que o cuidado materno recebido na primeira fase da infância teria, sim, ligação com o tamanho do hipocampo, o que levaria, inclusive, a diferentes padrões de respostas ao estresse. Crianças emocionalmente saudáveis apresentaram hipocampos maiores, quando comparados às crianças deprimidas, e isso pôde ser relacionado ao grau de cuidado materno recebido quando eram menores. Embora quase a totalidade dos cuidadores do estudo tenham sido mães, os autores acreditam que isso possa ser extrapolado para qualquer cuidador que seja o principal responsável pelos cuidados afetivos com a criança (mãe, pai, avós ou outros). Já faz tempo que a ciência mostrou que a modificação de um comportamento muda, também, o cérebro do indivíduo, causando, consequentemente, uma nova modificação do comportamento. É nisso que se baseia, por exemplo, a psicoterapia cognitiva-comportamental. A mudança de comportamento altera a estrutura cerebral e essa alteração muda seu comportamento. Um círculo sem fim."

Acho que devemos pensar melhor a respeito, não é? Sem colocar na frente o preconceito. Para fazer diferente e criar alguém que será psicologicamente equilibrado no futuro. Você pode dar o nome que quiser, mas não custa ceder aos seus próprios instintos e sermos pais amáveis, que respeitam seus filhos.

Vamos falar mais sobre o assunto? Deixe seu comentário!

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