sábado, 24 de novembro de 2012

Sobre voltar (ou não) ao Mercado de Trabalho


Sei que este é um assunto muito questionado na sociedade, principalmente aqui no Brasil, onde a licença maternidade foi de 4 para 6 meses (apesar da maioria das empresas não permitir que a mãe tire este tempo). A questão é que muitas mulheres tem a real necessidade de voltar a trabalhar, seja para sustentar sozinha a sua casa, seja para contribuir para a renda do seu companheiro, etc.

Depois que me vi mãe, toda aquela imagem que eu tinha antes sobre o mercado de trabalho, sobre a necessidade do dinheiro, veio por água abaixo. Eu realmente questionei a necessidade das coisas que eu tinha e que fazia, especialmente voltar a trabalhar e ser obrigada a deixar o meu filho sob os cuidados de outra pessoa.

Eu tive um filho porque eu quis. Eu quis que ele viesse ao mundo, eu me dediquei em minha gestação, eu vivi isso intensamente, desde o momento em que me descobri mãe, e aceitei todas as mudanças que vieram com essa responsabilidade. Eu decidi pela via de parto, eu decidi pela melhor maneira de criá-lo, então, penso eu, de quem é a responsabilidade de educá-lo?

Muitas pessoas tem filhos para a avó cuidar, para deixar em creche. Sei também que muitas vezes a gravidez veio por 'acidente' e não estou em momento algum criticando as mães que realmente não tem outra opção a não ser trabalhar, pelo sustento de sua família. O que pergunto, é: -Porque as pessoas tem filhos hoje? Porque elas se permitem viver uma gestação em que não estão realmente presentes? Criança não é bibelô. Ele chora, demanda atenção, carinho e dedicação...e se não for por isso, pra que temos filhos? Temos a oportunidade de aprender com eles e ensinar a eles tudo aquilo que sabemos. 

Eu fico realmente abismada com a banalidade que isso se tornou. Mães que não se importam em estar presentes, que dão dois ou três beijinhos, no começo do dia e em seu final, sem conversar, sem sentar 5/10 minutos para brincar, para conversar.


Sabe, minha família sempre teve seus problemas, mas uma coisa que eu sempre tive com meu pai, foi o diálogo. Isso se tornou uma bandeira em minha vida: E VIVA O DIÁLOGO. 
Meu pai sempre acompanhou meu crescimento, ele observava e sabia como eu estava me sentindo só de olhar em meus olhos, e isso me marcou muito. Hoje eu entendo meus sentimentos e pensamentos porque ele me ensinou a identificá-los.

Eu quero ser para o meu filho, uma referência. Talvez não seja a melhor mãe do mundo, mas quero ser a melhor mãe que sou capaz, e para isso ainda terei que aprender muito.
Eu optei por acompanhar seu crescimento e desenvolvimento, sendo mãe em tempo integral. Participando de sua demanda, procurando estar atenta a tudo o que ele aprende, e me entregar a essa nova aventura. 
Não vou dizer que é fácil optar por isso, somos MUITO criticados. Numa sociedade em que as pessoas vêem o outro como fonte de renda, fica difícil explicar que seu filho precisa de um olhar direcionado, que ele precisa desta base de educação. O afastamento da mãe por períodos longos, em seus 2 primeiros anos, é problemático.
Por enquanto, eu pretendo conciliar trabalho-filho. Arrumar maneiras de conseguir meu dinheiro, sem precisar deixá-lo longe de mim por longos períodos e nem diariamente, até porque ele mama e gostaria que continuasse assim por MUITO tempo ainda. Depois de passado esse tempo, creio que a separação ocorra mais tranquila, menos dolorosa, de forma gradual para não causar traumas e problemas futuros.
As pessoas as vezes me perguntam: -Mas você tem vontade de trabalhar fora novamente? E sim, eu tenho! Tenho vontade de me dedicar à aquilo que realmente gosto, que descobri em mim, que é essa causa materna, que é em defesa do direito da escolha da mulher. Quero doular muuuuuito ainda, cursar uma boa faculdade e poder me realizar como profissional também, mas tenho a consciência de que tudo tem seu tempo certo.


Eu tenho lido muito o Dr José Martins Filho. Médico Pediatra à 43 anos, professor emérito na USP, e mais uma bagagem imensa de coisas, ele tem me ensinado, mesmo que de longe, a olhar para o meu filho com mais atenção. Estou total de acordo com o livro que ele escreveu, que se chama 'Crianças Terceirizadas'. É assustador pensar que a maioria das mães sequer se dão conta do que estão perdendo na vida de seus filhos. Precisamos nos dedicar e refletir sobre as nossas escolhas, seja por ter um filho, seja pela nossa carreira, ou qualquer decisão que pretendemos tomar. 

Num trecho de uma entrevista, Dr José diz muito sobre esse vínculo-família:
"Se os pais passam cada vez mais tempo longe dos filhos, quem os educa? Para os canadenses Gordon Neufeld, psicólogo especializado em desenvolvimento infantil, e o médico Gabor Maté, a influência de colegas, ícones jovens e primos vem se tornando mais determinante na formação dos pequenos do que os modelos fornecidos pelos adultos. É o que os especialistas chamam de "educação por pares" - fenômeno que enfraquece a família. Segundo os autores, uma criança só procura as referências dos pais se uma forte ligação entre eles foi estabelecida. "Para uma criança se mostrar disposta a ser educada por um adulto, é preciso que ela tenha um vínculo com ele, queira manter contato e se tornar próxima", destacam os especialistas em seu livro Pais Ocupados, Filhos Distantes - Investindo no Relacionamento. Se tudo corre bem, essa proximidade emocional com o bebê se transformará em intimidade psicológica ao longo dos anos. Mas é preciso cultivá-la. - Deixe fotos e lembranças que evoquem momentos felizes de convivência estrategicamente colocadas em quarto, sala, próximas do computador. - Escreva bilhetinhos-surpresa reafirmando seu amor. Ponha-os no lanche, no meio do caderno, debaixo do travesseiro. - Coloque no berço do bebê uma peça de roupa com o seu cheiro. - Se viajar, mostre mapas e fotos de onde vai estar e ligue todo dia." 

Cada coisa e momento em nossa vida tem sua prioridade, hoje a minha prioridade é ser Mãe!

Para refletir: Pense se agora é realmente a hora de se tornar pai/mãe. Pense se está preparado para isso e se tem essa disponibilidade de se dedicar à ele. Leia, se informe, saiba da decisão que está tomando. Tenho certeza que educar filhos com amor e presença ajudará muito para que consigamos fazer do nosso mundo um lugar melhor.

;)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sobre a minha ausência

Olá pessoal!

Bom, primeiramente gostaria de pedir desculpas pela minha ausência. Tem sido difícil me dedicar ao blog como eu gostaria. Eu passei por períodos de muitas mudanças, e também, principalmente, por ter um bebê em casa. Eu definitivamente estou aprendendo a conciliar as coisas.

Nesse tempo em que estive longe, li muito, aprendi (e ainda continuo aprendendo) sobre gestação, sobre parto, sobre pós-parto, sobre puerpério, sobre relação mãe-bebê, sobre maternar, sobre alimentação dos bebês, sobre amamentação... enfim, um mundo de coisas novas que eu gostaria de poder escrever aqui pra vocês (e o farei, aos pouquinhos..rs).

O interessante é que lendo posts antigos, eu percebo o quanto eu mudei. Não de opiniões, propriamente dizendo... mas eu mesma, como mãe, como mulher. Existe um mundo de informações na internet, que se soubermos pesquisar, conseguiremos chegar bem longe.

Eu e Gabriel completamos 9 meses de amamentação daqui a 1 semana. Quanto a isso, me sinto perfeitamente realizada. Passei por experiências novas, como a introdução alimentar, como preparar e introduzir os alimentos. Passei pelo medo dele querer largar meu peito, pela insegurança de estar servindo aquilo que ele realmente precisa, mas tudo isso me trouxe uma maturidade fora de comum. É incrível como amamentar faz de mim uma mulher forte, segura, mesmo que em alguns momentos eu me sinta frágil ou insegura, mas tudo isso serve para que eu possa refletir e me encontrar.

Sobre os meus novos caminhos, bom... eu decidi que quero ser Doula, que quero me dedicar à maternidade como nunca fiz antes. Assumi meu papel de ativista do parto, me identifiquei realmente com isso. Eu amo gestantes, eu amo bebês, eu amo o poder magnífico que cada mulher carrega, e é por isso que me decidi por seguir esta carreira de amor. Também penso em fazer Fotografias de parto, unir o útil ao agradável, afinal, sempre fui apaixonada por fotos. Mas sei que nada disso poderá ser feito agora (ainda..rs). Isso porque eu me mudei de casa, não estou trabalhando fora, e conto com a renda do meu marido (sim, eu casei..rs). Então pra poder me formar em Doula, somente quando as coisas estiverem estabilizadas por aqui.

Também descobri o interesse em cursar psicologia. Ando lendo muito, percebo que a Psicologia sempre me rondou (dizendo isso porque meu melhor amigo estudou psicologia e sempre me despertou muito interesse, curiosidade). Sei que são planos pra lááá na frente, mas quem consegue viver sem sonhar, não é?


Planejamentos para o Projeto da ONG do Parto (ou da Casa de Parto) aqui no Vale do Paraíba já estão em andamento, e esse eu creio que já dê pra começar a me dedicar ano que vem (quando Gabriel estará maiorzinho e me possibilitará deixá-lo vez ou outra, por algumas horas, com alguém).

Bom, passei mesmo para dar um Oi, dizer que estou viva e quero muuuuuuuuito poder contar minhas novas experiências.
Aguardem mais posts, logo mais.


Um abraçooooooooo carinhoso!


Frann Castro

quarta-feira, 13 de junho de 2012

MARCHA DO PARTO EM CASA – Divulgação


Nos dias 16 e 17 de junho, mulheres ocuparão as ruas de várias cidades brasileiras em defesa dos seus direitos sexuais e reprodutivos, entre eles a escolha pelo local de parto.


No último domingo, dia 10 de junho, o Fantástico veiculou matéria sobre o parto domiciliar, o que causou bastante repercussão. O médico-obstetra e professor da UNIFESP, Jorge Kuhn, foi entrevistado e defendeu o domicílio como um local seguro para o nascimento de bebês de mulheres saudáveis com gravidezes de baixo risco, segundo preconiza a própria Organização Mundial de Saúde.

No dia 11/06, dia seguinte à matéria, o CREMERJ publicou nota divulgando que fará denúncia ao CREMESP para punir o médico-obstetra Jorge Kuhn por ter se posicionado favorável ao parto domiciliar nas condições acima detalhadas.

O estudo mais recente publicado no British Journal of Obstetrics and ynecology (2009) analisou a morbimortalidade perinatal em uma impressionante coorte de 529.688 partos domiciliares ou hospitalares
planejados em gestantes de baixo-risco: Perinatal mortality and morbidity in a nationwide cohort of 529,688 low-risk planned home and hospital births.

http://www3.interscience.wiley.com/journal/122323202/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0].

Nesse estudo, mais de 300.000 mulheres planejaram dar à luz em casa enquanto pouco mais de 160.000 tinham a intenção de dar à luz em hospital. Não houve diferenças significativas entre partos domiciliares e hospitalares planejados em relação ao risco de morte intraparto (0,69% VS. 1,37%), morte neonatal precoce (0,78% vs. 1,27% e admissão em unidade de cuidados intensivos (0,86% VS. 1,16%). O estudo
concluiu que um parto domiciliar planejado não aumenta os riscos de mortalidade perinatal e morbidade perinatal grave entre mulheres de baixo-risco, desde que o sistema de saúde facilite esta opção através da
disponibilidade de parteiras treinadas e um bom sistema de referência e transporte.

Em repúdio à decisão arbitrária dos Conselhos de Medicina em punir profissionais que compreendem como sendo da mulher a decisão sobre o local do parto foi idealizada a MARCHA DO PARTO EM CASA. Entre as reivindicações, além da defesa pelo direito à liberdade de escolha, pela humanização do parto e nascimento e pela melhoria das condições da assistência obstétrica e neonatal no país, também está a denúncia às altas taxas de cesarianas que posicionam o Brasil entre os primeiros colocados do ranking mundial.

MARCHA DO PARTO EM CASA

Rio de Janeiro – RJ
Local: Praia de Botafogo, altura do IBOL – Passeata até o CREMERJ (Rua
Farani)
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 10h da manhã
Contatos: Ingrid Lotfi (21) 9418-7500     

São Paulo – SP
Local: Parque Mário Covas (atrás do Trianon) – Passeata até o CREMESP
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 14h da tarde
Contatos: Ana Cristina Duarte (11) 9806-7090     

São José dos Campos – SP
Local: Praça Affonso Pena perto dos brinquedos
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 10h da manhã
Contato: Flavia Penido (12) 91249820     

Campinas – SP
Local: Praça do Côco /Barão geraldo
Data 17 de junho, domingo
Horário: 14h da tarde
Contato: Ana Paula (19) 97300155     

Sorocaba – SP
Local: Parque Campolim
Data 17 de junho, domingo
HOrário: 10h da manhã
Contato: Gisele Leal (15) 8115-9765     

Ilhabela – SP
Local: Praça da Mangueira
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11h da manhã
Contato: Isabella Rusconi (12) 96317701 / Alejandra Soto Payva (12) 91498405     

Brasília – DF
Local: próximo ao quiosque do atleta, no Parque da Cidade – Passeata até o
eixão
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 09h30h da manhã
Contatos: Clarissa Kahn (61) 8139-0099 e Deborah Trevisan (61) 8217-6090     

Belo Horizonte – MG
Local: Concentração na Igrejinha da Lagoa da Pampulha
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 12h30 da tarde
Contato: Polly  (31) 9312-7399 e Kalu (31) 8749-2500     

Recife – PE
Local: Conselheiro Portela, 203 – Espinheiro – Em frente ao CREMEPE
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15h da tarde
Contatos: Paty Brandão (81) 8838 5354 \ 9664 7831, Patricia Sampaio Carvalho

Fortaleza – CE
Local: Aterro da Praia de Iracema
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 17h da tarde
Contato: Semírades Ávila

Salvador – BA
Local: Cristo da Barra até o Farol
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11hrs da manhã
Contato: Daniela Leal (71) 9205-9458, Anne Sobotta (71) 8231-4135 e Chenia d’Anunciação (71) 8814-3903       / 9977-4066

Curitiba – PR
LOcal: Rua Luiz Xavier – Centro – Boca Maldita
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 12hrs
Contatos: Inês Baylão (41) 9102-7587     

Florianópolis – SC
Local: Lagoa da Conceição – concentração na praça da Lagoa, onde acontece a
feira de artesanatos
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 15h
Contatos: Ligia Moreiras Sena (48) 9162-4514 e Raphaela Rezende (raphaela.rnogueira@gmail.com)

Porto Alegre – RS
Local: Parque Farroupilha (Redenção), Concentração no Monumento ao
Expedicionário
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15:00hrs
Contatos: Maria José Goulart (51) 9123-6136 / (51)3013-1344     

Aqui a matéria sobre a retaliação do CREMERJ:
http://www.jb.com.br/rio/noticias/2012/06/11/cremerj-abrira-denuncia-contra-medico-que-defende-parto-domiciliar/

Aqui está a matéria veiculada no Fantástico:
http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/parto-humanizado-domiciliar-causa-polemica-entre-profissionais-da-area-de-saude/1986583/

quarta-feira, 23 de maio de 2012

'Attachment Parenting' ou 'Criação com Apego'



Hoje, dia 23 de Março estamos praticando a Postagem Coletiva sobre Attachment Parenting, traduzido para o português como Criação com Apego. A princípio tem soado estranho (para muitas pessoas) o uso da palavra Apego, mas foque nessa palavra como 'Afeto, Carinho, Amor, Dedicação'. Na sociedade em que vivemos, muito se fala sobre 'Desapegar', então fez-se uma imagem erônea da tal palavra.

O Attachment Parenting, é uma expressão criada pelo Pediatra americano William Sears, uma filosofia baseada nos princípios da teoria do apego em psicologia do desenvolvimento. De acordo com a teoria do apego, uma forte ligação emocional com os pais durante a infância, também conhecida como apego seguro, é um precursor de relacionamentos seguros e empáticos na idade adulta.

Criar com apego é fazer tudo aquilo que vem de coração, do nosso instinto. É não ceder quando bate aquela vontade instintiva de pegar o bebê que está chorando e atender as suas necessidades. É criar vínculo. É amamentar com amor. É se dedicar para que essa criança se sinta amada e segura a todo o momento. É não bater. É promover o diálogo e a educação baseada em afeto. Não tem nada de permissividade nisso. Muito pelo contrário: busca-se ensinar e mostrar os próprios limites e seus limites no mundo. Mas os ensinamentos e orientações são passados com base em conceitos de amor, compreensão e respeito. Não na base da força e do autoritarismo do mais forte para com o mais fraco.

É vital para a sobrevivência que a criança seja capaz de comunicar suas necessidades aos adultos e que estas sejam tratadas sem demora. O Dr. Sears adverte que enquanto a criança é pequena, é mentalmente incapaz de qualquer manipulação. Durante o primeiro ano de vida, as necessidades e desejos de uma criança são uma mesma coisa. A Criação com Apego observa o desenvolvimento, assim como a biologia da criança, para determinar as respostas psicológica e biologicamente apropriadas para cada fase dela. Tudo isso não significa resolver uma necessidade que a criança possa resolver por ela mesma. Significa entender quais são as necessidades, quando ocorrem, como elas mudam ao longo do tempo e das circunstâncias, e ser flexível para encontrar formas de responder apropriadamente.

Existem alguns princípios, como os criados pelo pediatra citado acima, que são chamados de Princípios para uma Educação Intuitiva:

1.    Preparar-se verdadeiramente para a gravidez, parto e maternidade/paternidade.
2.    Alimentar seu filho com amor e respeito.
3.    Responder às solicitações da criança com sensibilidade.
4.    Estar atento à qualidade do toque.
5.    Prezar pela qualidade física e emocional do sono da criança de forma que ela se sinta segura dormindo.
6.    Sustentar atitudes carinhosas.
7.    Praticar a disciplina positiva, baseada no reforço das boas atitudes.
8.    Buscar o equilíbrio na vida familiar.

Estudos que comprovam que a maneira que um bebê foi maternado, influencia na sua vida adulta. Um trecho do texto postado no blog 'Cientista que virou mãe' explica:
"Foram publicados, no periódico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America) os resultados de um estudo que mostra que o bom cuidado materno na infância leva ao aumento de uma estrutura cerebral chamada hipocampo. De acordo com esse estudo, há uma clara relação entre os fatores psicossociais da infância e alterações no tamanho do hipocampo e da amígdala, estruturas cerebrais relacionadas à memória de curto e longo prazo e ao comportamento emocional, respectivamente. Isso mostra que existe, realmente, uma ligação entre as experiências afetivas que a criança vive na infância e a forma como seu cérebro se desenvolve. Os pesquisadores estudaram, por meio de técnicas de neuroimagem que permitem visualizar o cérebro sem procedimentos invasivos, as características cerebrais tanto de crianças em idade pré-escolar deprimidas quanto de crianças emocionalmente saudáveis. E concluíram que o cuidado materno recebido na primeira fase da infância teria, sim, ligação com o tamanho do hipocampo, o que levaria, inclusive, a diferentes padrões de respostas ao estresse. Crianças emocionalmente saudáveis apresentaram hipocampos maiores, quando comparados às crianças deprimidas, e isso pôde ser relacionado ao grau de cuidado materno recebido quando eram menores. Embora quase a totalidade dos cuidadores do estudo tenham sido mães, os autores acreditam que isso possa ser extrapolado para qualquer cuidador que seja o principal responsável pelos cuidados afetivos com a criança (mãe, pai, avós ou outros). Já faz tempo que a ciência mostrou que a modificação de um comportamento muda, também, o cérebro do indivíduo, causando, consequentemente, uma nova modificação do comportamento. É nisso que se baseia, por exemplo, a psicoterapia cognitiva-comportamental. A mudança de comportamento altera a estrutura cerebral e essa alteração muda seu comportamento. Um círculo sem fim."

Acho que devemos pensar melhor a respeito, não é? Sem colocar na frente o preconceito. Para fazer diferente e criar alguém que será psicologicamente equilibrado no futuro. Você pode dar o nome que quiser, mas não custa ceder aos seus próprios instintos e sermos pais amáveis, que respeitam seus filhos.

Vamos falar mais sobre o assunto? Deixe seu comentário!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Quebrando paradigmas



Assisti uma matéria no 'Home&Health' hoje sobre Partos Alternativos. É muito triste ver como deturpam a imagem de quem planeja, deseja ou pratica o Parto Natural. Eu vejo como as pessoas estão cada dia mais fazendo a imagem do parto de maneira equivocada. Eles usaram frases como: 'Essa não é uma opção inteligente' e 'O parto natural é algo extremamente perigoso para mãe e bebe'. Eu já havia sido alertada para não assistir (ou não me surpreender caso assistisse) esse canal, mas é impossível não me decepcionar com a forma como abordam esse tema. Sei que é tudo muito polêmico, sei que esse assunto precisa ser desmistificado, mas o terrorismo com o tema é algo que me entristece, mas ao mesmo tempo me faz querer a cada dia mais quebrar as barreiras desse preconceito tão grande. E  toda a polêmica aumenta, principalmente quando se trata de Parto Domiciliar.

Eu gostaria muito que todas as mulheres que ficam grávidas tivessem acesso a informações. Que soubessem os riscos de uma cesárea e comparassem com os riscos de um parto natural. Que essas mulheres soubessem que elas tem o poder de dar a luz ao seus bebês e que nada, nem ninguém, pode substituir isso. Que os médicos fossem justos e não manipulassem decisões, que não colocassem medo e que não escolhessem a forma de nascimento desses bebês sem que a mulher soubesse 100% todo o processo que se dá no nascimento de forma natural e de forma induzida.

Ter um parto natural, não é ser inconsequente! É necessário que todos os exames do pré-natal sejam feitos e que a gravidez corra bem, que seja saudável e que nenhum risco real impeça esse processo natural e fisiológico.
Nós não somos bichos de sete cabeças. Nós somos apenas mulheres que confiamos no nosso corpo, tão perfeito!

Para mim, essa luta foi travada a partir do momento em que meu filho nasceu e nada vai tirar essa minha convicção. Numa sociedade tão complicada como a nossa, sei que não é simples informar muitas mulheres e também sei que muitas não querem saber nada do que acontece com elas durante o parto. Acham cômodo que alguém tome a decisão por elas, e isso para mim é muito triste.

Eu escutei muito, antes e depois da minha escolha. Eu escutei muita gente dizendo que eu sou uma maluca-meio-hippie, escutei gente dizendo que hoje em dia o corpo das mulheres não suporta mais 'tanta pressão', que sou sortuda por tudo ter corrido bem no meu parto e que corri riscos absurdos. Mas tendo convicção daquilo que eu queria, fui em frente, e tudo isso se deu porque eu estava realmente bem informada da minha escolha.

A minha parte eu farei. De grão em grão conseguiremos provar o quanto esse momento é importante, tanto na vida da mãe quanto na do bebê. Pesquisas mostram que o modo como as pessoas nascem, influencia muito na maneira como elas vem a ser, quando adultas, mas enfim, este é um assunto para um próximo post, né? O que eu quero dizer é que não é novidade nenhuma que as pessoas estejam corrompidas pelo sistema médico/obstétrico, mas que isso pode sim ser mudado, e só depende de nós Mulheres!

Nós somos donas do nosso corpo, nós somos inteligentes e capazes. Basta força de vontade para que possamos quebrar esse paradigma!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

'O bebê também merece um parto sem dor'

O nascimento não precisa ser só um momento de dor.
(Pode tornar-se uma aventura tranquila)!



Depois de nove meses de calor e proteção absoluta, o bebê é expulso do útero com violência e dor. Como se isso não bastasse, outros sofrimentos esperam por ele na sala de parto e no berçário: claridade excessiva, sufocação, frio e sensações de morte, angústia e abandono. Mais ou menos o que sentiria um adulto «se fosse de repente lançado num deserto, absolutamente só», afirma nesta entrevista o médico francês Frederick Leboyer, introdutor do método de nascimento que tem seu nome. 

Como obedece à natureza, boa parte do sofrimento do bebê é evitada por esse processo, garante Cláudio Basbaum, primeiro obstetra a empregá-lo regularmente em São Paulo. E a parturiente? Como reage? A cantora Baby Consuelo, mãe de quatro filhos – três dos quais nascidos pelo método Leboyer – depõe sobre o «sentimento profundo de felicidade» que teve durante esse tipo de parto.
 
Apaixonado pelas tradições orientais, homem simples, para quem todas as coisas devem ser feitas de forma muito natural, o médico francês Frederic Leboyer, depois de anos de trabalho com gestantes e recém-nascidos, lançou-se numa cruzada até agora pouco compreendida: a de trazer o amor para a sala de parto. Há quem o critique (e são muitos). Mas os poucos que o aceitam entendem que o nascer é, acima de tudo, uma aventura tranqüila, que tem na Natureza um guia lúcido e experiente.


Por que o senhor se preocupa com os sentimentos da criança, na hora do seu nascimento? Não seria melhor dar mais atenção à saúde física do bebê e da mãe?
- O problema é que, com o avanço da tecnologia, acabamos reduzindo tudo o que se refere ao parto a um simples processo técnico-científico. Mas o nascimento é, acima de tudo, um ato de amor. Deixamos o amor fora da sala de parto, esquecendo os resultados que essa atitude pode trazer. Me responda: qual é a primeira reação da criança, na hora do nascimento?

Bem, normalmente chora...
- Dizemos melhor; a criança urra. E as pessoas ficam contentes; o médico, a mãe, o pai. E dizem, com orgulho; “Veja como seu choro é forte”. Para eles, esse grito é sinal de que tudo está bem, que os reflexos da criança são normais, que a “máquina” funciona. Ninguém se pergunta; “Se ela grita desse jeito, não estaria sentindo um mal-estar muito grande”?”.

Mas como se pode sabê-lo? Em outras palavras; como podemos ter certeza de que o bebê chora porque está sofrendo?
- É simples, a própria criança responde. Claro que ela não fala, mas nem sempre é necessário falar. Os olhos cerrados, a fisionomia contraída, o choro desesperado, as mãos crispadas, implorando, depois próximas da cabeça, num gesto de desespero. Os espasmos do corpo, todo aquele tremor. O recém-nascido não fala? Nós é que não sabemos ouvi-lo.

Mas todas as crianças nascem assim. Parece que o sofrimento, na hora do parto, é natural, inevitável.
- Claro, sempre ouvimos dizer “o nascimento é sofrimento, a vida é sofrimento”. Além disso, em muitos de nós, existem resquícios de crueldade. É desagradável dizer isso, mas é verdade. Tem gente que diz: eu nasci assim sofri assim, para que mudar agora? É a lei de “talião” envolvendo as pessoas. Existem também aqueles que mascaram essa crueldade com um verniz de “boas intenções”. Eles dizem: a vida é dura, difícil, o mundo é um sofrimento. Por isso, é bom que as crianças se acostumem desde cedo com esse sofrimento. O que fazer diante desse tipo de pessoa? É triste, mas precisamos reagir. Todos aqueles que acreditam na possibilidade do parto sem sofrimento precisam reagir.

Mas o parto sem dor já é uma realidade?
- É uma realidade para a mãe. É preciso iniciar, agora, a mesma campanha de informação e esclarecimento com relação ao parto sem sofrimento para o bebê.

E por onde podemos começar?
- Creio que podemos partir da admissão do fato de que, para o bebê, o parto é uma experiência horrível. E o que torna o nascimento tão terrível é o verdadeiro bombardeio de sensações novas a que a criança é submetida. Todos sabem que tudo o que é novo, desconhecido, provoca medo. Imaginemos o parto; muito antes de surgir com sua cabeça na vagina da mãe, iniciando o nascimento, o bebê já passou por grandes sofrimentos físicos. Sente a rejeição do útero, que o abrigou por nove meses e que de repente começa a expulsá-lo com violência. Teve de suportar, sobre os ainda frágeis ossos do crânio, uma pressão extremamente dolorosa. E logo que surge para a vida, o que acontece? É agredido por uma claridade violenta, que chega a cegá-lo, principalmente se lembrarmos que seus olhos nunca tiveram contato com a luz. Seus ouvidos são também feridos por sons altíssimos para a sua sensibilidade, principalmente porque ninguém se preocupa em baixar a voz e evitar os rumores inúteis. É claro que, nessas condições, o recém-nascido sente medo. E chora...

Mas o bebê se acostuma aos sons, antes de nascer?
- Claro; à voz da mãe, as batidas de seu coração, ao rumor de sua respiração. Mas todos estes sons lhe chegam filtrados, amortecidos pela água em que está imerso. E não é só a agressão dos sons que o fere. Há também uma prova muito difícil a ser vencida: a da primeira respiração. Isto, para o bebê, representa o inferno, a sensação de morte, a angústia da sufocação. Não paramos por aí: o bebê é preso pelos pés, de cabeça para baixo. E a sua coluna vertebral, até então acomodada à posição fetal, é bruscamente colocada em posição de tensão. Será que podemos imaginar essa dor? E depois, o frio da balança, as pálpebras abertas à força, para que se possa pingar um líquido que provoca um ardume muito doloroso. Terminado esse martírio, o “descanso”: longe da mãe, no isolamento do berçário, o recém-nascido toma contato com sensações nunca experimentadas: a solidão, o abandono. O que acontece com um de nós, se fosse de repente lançado num deserto, absolutamente só? Sem entender, sem poder se comunicar, sem esperança? É isso o que sente o bebê, longe da segurança que a mãe lhe dava, do seu calor.

É possível evitar todo este sofrimento?
- Podemos evitar boa parte desse sofrimento. A luz, por exemplo. Claro que precisamos de um pouco de claridade para atender à mãe: mas não é necessário aquele holofote fortíssimo, habitualmente usado. Podemos evitar o barulho, falando baixo ou através de gestos. Com isso, o sofrimento diminui: o bebê nasce, mas não chora. Nesse momento, a mãe precisa ser também acompanhada: muitas ficam desesperadas, porque não ouvem a criança chorar. É incrível como as pessoas associam parto e sofrimento.

Penumbra, silêncio. É assim que começa o nascer sem sofrimento. E depois?
- Logo após o nascimento, o bebê é colocado sobre o ventre da mãe. Ele recebe o seu calor, sente o seu cheiro, o seu carinho. Mas pousar a criança sobre a mãe tem ainda outra grande vantagem: é possível retardar o momento de cortar o cordão umbilical. Fazer isso assim que o bebê nasce é uma grande crueldade. O ar, invadindo repentinamente os pulmões da criança, provoca um grande mal-estar. A única maneira de evitar isso é não cortar o cordão. Oxigenado através dele, o bebê terá tempo de habituar-se à respiração, sem traumas. Claro que isso requer paciência. E tempo: é preciso esperar quatro ou cinco minutos antes que o cordão pare de pulsar. É uma questão de escolha: ceder à nossa pressa ou dedicar um pouco de compreensão, de amor àquela criança indefesa, desprotegida.

Mas as crianças nascida por esse método são diferentes? Não choram, não se desesperam, não têm medo?
- São crianças diferentes. Alguns sorriem logo depois do nascimento e isto é um milagre, porque geralmente um bebê sorri só depois do primeiro mês. Mas o verdadeiro milagre se realiza depois. Essas “novas crianças” não conhecem a agressividade, o medo, a sensação de solidão. São em média mais amadurecidos do que aqueles nascidos pelo método tradicional. A razão é simples: o medo não foi a primeira experiência de sua vida. São crianças que não experimentaram a violência. Não se sentiram abandonadas. O nascimento sereno dá um rumo diferente a toda a vida.

Depois de tudo, dá para sentir que esse método exige apenas amor e paciência. Não é necessário adquirir novos aparelhos, nem contratar novos funcionários. Em resumo, o método Leboyer não custa muito. Por que, então, não é mais difundido? Por que não há uma aceitação maior?
- Porque as pessoas, os médicos principalmente, não têm vontade de mudar. Porque sempre o parto foi violento, e as pessoas não vêem muitas razões para que agora seja diferente. E, enfim, pela razão mais terrível de todas: para que um bebê nasça com amor, é preciso que as pessoas tenham amor para dar. E esse sentimento está desaparecendo, vemos isso todo dia. A cada dia, diminui o amor dentro das pessoas. E o amor pelas crianças não é uma exceção.

 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mãe: Além de tudo, fonte de alimento.



Quando falamos em amamentar, logo pensamos em saciar a fome do bebê, colocando leite no seu estômago. Amamentar é muito mais do que isso. O seio da mãe é o segundo útero do bebê. Dentro do útero ele recebe, através do cordão umbilical, o sangue da mãe com todos os nutrientes para a sua formação. Ao nascer, ele continua necessitando desse sangue para o seu desenvolvimento motor, psicológico, emocional,... só que agora através do leite. O leite materno é o sangue da mãe transformado em leite. Por isso, nenhum leite materno é fraco. O bebê, ao nascer, apenas muda de lado, antes era ligado à mãe, pelo lado de dentro, agora ele continuará ligado, só que  pelo lado de fora .

Ah, mas será que meu leite não é fraco e devo iniciar complemento? (Quem nunca ouviu isso, né?) Não existe leite fraco ou forte. Existe, somente, o leite apropriado para cada bebê, com a composição nutricional geneticamente determinada para o seu adequado crescimento e melhor desenvolvimento. Leite Materno é a melhor fonte de vitaminas para um bebê. Não importa qual seja o complemento, nenhum chega aos pés de ser tão nutritivo. Cientificamente comprovada, a amamentação é importantíssima para o desenvolvimento dos bebês, principalmente quando se amamenta em Livre Demanda (na hora em que o bebê desejar).

Ah, mas meu bebê está me fazendo de chupeta. Primeiro, os bebês tem uma necessidade grande de 'sugar', então por isso muitas vezes você percebe que ele não está com fome, mas sim, querendo saciar essa sua outra necessidade. Segundo, o bebê não solicita o peito só quando está com fome ou quando precisa sugar, mas também como fonte de proteção e segurança.

O tempo 'mínimo' de amamentação recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), são os 6 primeiros meses. A mulher precisa ser incentivada à amamentar. É um ato nobre, um ato de amor, que requer carinho, paciência e dedicação, e nós somos sim capazes.
Muitas mulheres voltam à trabalhar, muitas vezes antes dos 6 meses, mas deve-se lembrar que antes de pensar em qualquer outra maneira de alimentação para o bebê, pode-se ordenhar o Leite Materno e deixar para que o cuidador sirva à criança no momento em que ela assim desejar.
Quando a mulher não trabalha, ou tem mais tempo livre para amamentar, é interessante mostrar que os 6 primeiros meses são o mínimo, mas quanto mais tempo o bebê mama, mais forte e saudável ele fica.
Seu bebê não terá sede, não há necessidade de oferecer água na mamadeira, nem cházinhos para cólicas, lembre-se, o Leite Materno é fonte completa para todas as necessidades nutricionais do seu bebê!
Acredite, nosso corpo é perfeito, temos o dom e a capacidade de nutrir, alimentar e dar amor dedicando o nosso tempo para amamentar nossos pequeninos!

Caso tenha qualquer problema, dúvida ou dificuldade em amametar, procure o Banco de Leite Materno mais próximo, eles te atenderão com muito carinho!

sábado, 21 de abril de 2012

12 Mitos e verdades sobre parto domiciliar!



Mitos do Parto em Casa I: a parteira chega a cavalo ou de bicicleta, e a tiracolo uma bolsa com 3 panos lavados e um livro de rezas.
Verdade: o material que vai no carro do profissional inclui oxigênio, máscara, ambu, material de sutura, anestésico local, instrumentos esterilizados, drogas para contenção hemorragia, luvas estéreis e outros 20 itens.

Mitos do Parto em Casa II: a parteira é uma senhora boa e rezadeira de 70 anos, que aprendeu o ofício com sua mãe.
Verdade: o profissional que atende parto domiciliar é médico, ou enfermeira obstetra, ou obstetriz, formados em cursos superiores e com experiência em atendimento de partos normais, com e com complicações.

Mitos do Parto em Casa III: A ideia é nascer em casa custe o que custar, então se complicar, complicou, paciência.
Verdade: o parto começa em casa, mas acaba onde tiver que acabar. Se houver algum sinal de que talvez o parto possa vir a complicar, já é feita a remoção para o hospital.

Mitos do Parto em Casa IV: nos países da Europa onde existe o parto em casa, há uma ambulância na porta de cada mulher que está em trabalho de parto.
Verdade: PUTZ!!! Essa é a maior de todas as mentironas do século XXI! Não existe ambulância na porta em nenhum lugar do mundo!

Mitos do Parto em Casa V: Qualquer mulher pode conseguir um parto em casa.
Verdade: Mulheres que desenvolveram complicações não poderão ter um parto em casa, porque os riscos são aumentados.

Mitos do Parto em Casa VI: Se o bebê precisar de alguma coisa, ele vai morrer.
Verdade: Todo o material que tem para ajudar um bebê num hospital também está presente no parto em casa. Só não será possível fazer assistência a longo prazo pela falta de equipamento adequado.

Mitos do Parto em Casa VII: Se a mulher “rasgar” ficará aberta para sempre, amém.
Verdade: O profissional tem todo o material para reparação de lacerações, do anestésico aos fios especiais de alta absorção.

Mitos do Parto em Casa VIII: Um parto de baixo risco vira de alto risco de uma hora para outra
Verdade: Menos de 1% das complicações acontecem de uma hora para outra. A maioria são longas evoluções de horas e horas, até se configurar uma mudança de faixa de risco.

Mitos do Parto em Casa IX: depois do parto fica a sujeira para a família limpar.
Verdade: Faz parte do atendimento do parto a limpeza completa de todo o ambiente onde o bebê nascer, a retirada dos vestígios de sangue, e a arrumação.

Mitos do Parto em Casa X: O parto em casa está proibido ou os médicos estão proibidos de atender parto em casa.
Verdade: Nâo existe qualquer proibição. O Conselho de medicina de SP publicou uma matéria de jornal interno dizendo que não aconselha. Isso não é proibição. O conselho tem todas as ferramentas legais para proibir, mas não o fez.

Mitos do Parto em Casa XI: Há grande risco de contaminação, pois não é possível esterilizar a casa.
Verdade: primeiro que o hospital não é esterilizado, pelo contrário, está cheio de bactérias resistentes. Segundo, que o parto normal não ocorre em local estéril em qualquer lugar do planeta.

Mitos do Parto em Casa XII: O bebê tem que ficar em observação depois que nasce, por isso precisa de enfermeiros no hospital.
Verdade: O bebê fica em observação pela equipe após o nascimento e tal qual no hospital ficará em alojamento conjunto com a mãe, recebendo as visitas diárias até a “alta”.


Por Ana Cris Duarte – Obstetriz –  São Paulo
www.maternidadeativa.com.br

quarta-feira, 18 de abril de 2012

De quem é o parto mesmo?



Na nossa cultura, muito foi perdido. Esquecemos que o direito de parir é da mulher. Que temos, podemos e devemos fazer as coisas de acordo com a nossa vontade. Infelizmente, muito foi dramatizado, fazendo com que o Parto Natural parecesse algo assustador. Se você parar pra perguntar pra alguém, dirão: Parto Normal/Natural? Maluquisse. Eu não quero sofrer! Mas pera lá, nem toda dor é de sofrimento. Ok! Ninguém quer sentir dor também, ninguém gosta, mas a dor do parto é uma dor boa! O problema, é que fizeram com que isso parecesse algo ruim. Tiraram o direito da mulher decidir aquilo que ela quer.

Muitas vezes somos manipuladas pra fazer a vontade dos médicos obstétras, porque afinal, é muito mais 'cômodo' decidir um dia, ir no salão de cabeleireiros, fazer cabelo/mão/pé/depilação/maquiagem, pegar a malinha e chegar toda bonitona, deitar numa maca e deixar com que façam todo o restante do trabalho. Mas antes de ser 'cômodo' pra mulher, é cômodo para o médico que não perde noites, nem finais de semana com família por conta da 'mãe radical' que decidiu ter seu filho de forma natural. Perai, mas é desfile de moda ou o que? Quem perguntou se o bebê já estava pronto pra nascer?! O trabalho de parir é da mulher gente, não tem jeito. Eu finalizei meu parto descabelada, suada, cansada... mas IMENSAMENTE realizada!

Hoje, eu sou sincera, fico triste quando alguma mulher me diz que teve que passar por uma cesárea. Mais triste do que isso é escutá-las dizendo: Eu tentei parto normal, mas não deu! Ou: -Eu queria, mas o médico não quis. Bah!
 

O índice de cesáreas vem crescendo muito todos os anos, e apesar de ela ser um procedimento feito para salvar vidas, hoje não consigo aceitar essa quantidade alarmante de mulheres que passam por isso. Esses dias, inclusive, assisti a uma cesárea gravada. Nunca tinha parado pra ver, de verdade... Nunca quis assistir a cenas fortes como aquelas. Mas hoje, depois de ter parido, eu tomei fôlego e pedi pra dar o Play! Triste, fiquei muuuuuito triste. Eu tive vontade de entrar no vídeo e tirar todo aquele monte de aparatos de lá e 'salvar' a minha amiga... haha! Eles forçaram a sua barriga, eles empurraram o bebê, e pior do que isso, mesmo antestesiada, ela sentiu tudo! Ok, não tô aqui pra dramatizar nem assustar ninguém, mas que isso me assusta (e muito) eu não posso negar!

A intenção desse post é relembrar as mulheres o quanto nós somos ESPECIAIS. E escrevo em Capslock porque sei que temos mérito para isso! Nós mulheres nascemos com o dom de gerar uma vida, de parir e de criar um bebê. Não teríamos esse dom, se não fôssemos capazes, certo? O que estamos precisando mesmo é de mais informações. É saber as reais necessidades de uma cesárea, de um parto com intervenções. Poucas mulheres sabem de tudo o que precisarão passar, ou quais opções elas tem. Por receio, medo, tabu, polêmicas, as mulheres não pesquisaram mais, não se informaram, não pararam pra pensar que certas coisas não precisam ser mudadas e uma delas é a forma de trazer nossos filhos ao mundo. Elas aceitaram o que nos foi imposto. Mas isso pode ser mudado, nós podemos salvar as mulheres de passar por situações assim. Podemos SIM deixar de sermos telespectadoras, para sermos protagonistas do nosso parto e
resgatar o amor pelo ato de parir que tínhamos antigamente.

PARIR é transformador. É divino! É a passagem entre deixar de ser apenas filha, para tornar-se mãe! O lance é voltar a olhar tudo isso com olhos de amor, e não abrir mão do direito de entender e decidir pelo que se quer. Parir não é sofrer, não é ser desrespeitada, não é ser violada. Parir é se permitir vivenciar uma das experiências mais especiais e importantes na vida de uma mulher!

Seja DONA do seu parto. Permita-se! É direito seu!



terça-feira, 17 de abril de 2012

A favor da 'cama compartilhada'



Esse assunto é bem polêmico e cheio de preconceitos. Eu mesma nunca tinha parado pra pensar sobre isso, mas não é que me tornei praticante da cama compartilhada (dormir junto com o bebê) poucos dias depois que Gabriel nasceu? E então, a partir dai é que fui pesquisar mais sobre o assunto.

Bom, antes dele nascer compramos bercinho, tudo bem ajeitadinho pra ele ter seu próprio espaço, mas nunca me dei conta de que isso tornaria o nosso contato um tanto quanto 'distante'. Nas primeiras noites eu morria de medo de deixá-lo sozinho no carrinho, ele regurjitava e isso me deixava insegura pensando que ele podia engasgar. Então, mesmo que eu quisesse, não conseguia dormir bem com ele deitado longe de mim. Por algumas horas no meio da noite, ele permanecia deitado no carrinho ao lado da cama, (já que no bercinho era colocar e acordar). Eu levantava, amamentava (sentada na cadeira de amamentação), colocava no carrinho e voltava a dormir. Menos de 2hs depois o processo todo se repetia, isso quando eu não acabava dormindo na cadeira mesmo junto com ele. Eu percebi que me sentia muito esgotada, as minhas noites não rendiam e durante o dia eu não conseguia dormir. Sei que demora também um tempo até nos acostumarmos com a rotina do recém-nascido, mas essa de ter que levantar de madrugada pra amamentar, estava me matando, e também pela preocupação que eu ficava durante a noite toda longe dele.

Uma bela noite (não me lembro exatamente a partir de quando), eu resolvi amamentá-lo deitada. Já tinha escutado dizer que isso era bom e tal, mas não pensei que se tornaria tão automático dar de mamar praticamente dormindo e continuar a dormir abraçadinha com o pequeno! Foi a melhor decisão que tomei. A partir dai, não teve um dia que tentei mantê-lo dormindo longe de nós. Não tentei mais carrinho, não tive mais que acordar a noite. Percebi que ele dorme melhor e mais tranquilo, por mais horas seguidas. Só vi vantagens!

Há quem diga que dormir junto com bebê faz mal, que é perigoso pra ele, de sufocar, etc, etc, etc... Mas só quem dorme junto com um bebê sabe que isso é praticamente impossível, já que nós temos o instinto de proteger, e qualquer movimento do pequeno, despertamos!
Muita gente diz que isso acostuma mal o bebê. Que faz com que fique mimado, que ele precisa ter sua independência e deve começar pelo seu próprio bercinho, num quarto separado (o que hoje pra mim, não faz o menor sentido).

Também tem aqueles que falam que isso interfere na intimidade do casal, e bláblá... Mas esse é outro tabu! Casais que tem realmente sintonia conseguem se entender e se adaptar com todas as mudanças, principalmente quando os dois vêem o quanto a cama compartilhada faz bem pra família.

No nosso caso, Vinícius também é a favor. Ele já percebeu o quanto Gabriel dorme melhor, mais calmo e o quanto eu também consigo dormir melhor. Já escutei até ele dizendo que nem percebe quando nós acordamos pra que Gabriel possa mamar (e confessando aqui, eu lembro de relance que ele mamou, mas sei que nem mesmo ele acorda direito e já está mamando..haha!)

Bom, cada um tem seu jeito, suas escolhas, suas decisões, mas aqui em casa a cama compartilhada tem sido muito bem vinda, trouxe união, sinto meu pequeno bem pertinho de nós cada dia mais. Essa história de que bebê tem que ter independência é exigência de Pediatra, que desde cedo nos instrui a ficar distante dos nossos filhos.

Imagina que a primeira noite de Gabriel, ele dormiu entre nós dois, e foi maravilhoso e inesquecível. Quando viveríamos isso, dentro de um hospital?

Achei alguns trabalhos científicos onde os autores acompanharam por vinte anos as características de bebês que haviam se tornado “independentes” no conceito ocidental (não chora e dorme muito), com outros que viviam em comunidades alternativas e que tiveram um contato maior com os pais, inclusive dormindo juntos. Não se encontrou evidência social, cognitiva, emocional ou fisiológica que demonstrasse alguma vantagem em bebês que dormem sós. Por outro lado, os bebês que dividiram a cama com os pais tinham menor representação em grupos com doenças psiquiátricas, demonstravam um melhor conforto com a identidade sexual, eram adultos mais independentes, com melhor controle emocional e de estresse (Heron, 1994).

Eu sou a favor e recomendo. Seu bebê não será um ser maléfico e manipulador, fique tranquilo. Eles querem, e na minha visão precisam, de contato integral. Colo o tempo todo, carinho, olho no olho, dormir junto. Com a cama compartilhada, ele perceberá que ali tem seus pais, passando segurança pra que ele cresça uma criança mais equilibrada e feliz! Não consigo crer que uma criança possa ter problemas por ser criada na base da atenção integral. E acho mesmo que as coisas acabaram se atropelando na nossa cultura. Eles nascem cedo, são separados dos pais cedo. Vão para a escola cedo, aprendem a ler cedo. Hoje, fazer o bebê dormir em um quarto separado dos pais me parece pular uma etapa.

Mas é para sempre? Claro que não, nada é. Pouco me importa se vai levar 2 anos ou 6. Haverá um dia em que se ele se sentirá preparado para dormir só.

Vou celebrar essa separação nesse tempo. Mas enquanto ele precisa do grude, eu estou aqui!